Quero contar-vos de uns 5 dias que ficam na minha memória como dos melhores que passei e merecem ser partilhados.
Quatro autocarros partiram rumo a Portimão, cidade de betão, destino solarengo e na bagagem levavam muita ansiedade e sede de diversão. As horas custavam a passar, o tempo parecia não estar certo, corria devagar, sem pressas ao contrário de nós. O discernimento desvanecia-se em brócolos gigantes..mas eis que o cheiro a maresia nos encontra e a viagem de quase 10 horas que até então nos pesava torna-se leve e começa a aventura. A quem entra num novo quarto surge a urgência de explorar, descobrir e experimentar, pois a nós este novo quarto soube-nos a algo familiar algo que nos uniu e transformou cada dia em algo único. Malas desfeitas! Um impulso leva-nos para a rua na descoberta de luzes, sons e alegria. Ajuizamos sobre a noite na Voxx, que nos impele a segui-la mas a fome aperta e um hambúrguer seduz-nos tornando a tentação irresistível. O cansaço esse já nos tinha vencido, levou a melhor depois das 10 horas de viagem. O destino não engana, a cama fica perto.
O sol teima em espreitar mas o sono pede paciência, pelo menos a alguns, outros há que passeiam na berma da maresia. Já a tarde convida ao bronze bem passado, pouco regado com sal e com apenas uma pitada de areia voadora. Fazemos jus ao termo "a vida é bela"! Mas a noite chega apressada e quer companhia e não seremos maus anfitriões. Golpeamos as últimas cartas no poker e saímos. Ficamos por perto e na Nicho fizemos o que nos competia, saboreamos todas as notas musicais! Nesta noite fica algo por contar..muito por falta de força! De amarelo ao pulso entramos na Katedral apenas para descobrir o que não queriamos, a noite vai longa e o caminho de casa quer-se curto.O terceiro dia nasce embrulhado. Queria descanso claro está e nós fizemos-lhe a vontade! A noite começa por empatar mas chega para ser um bom começo. Fazemos então uma visita a Albufeira, cidade budista e cachorrenta que tanto nos dá fome como nos dá sono. A viagem de regresso a casa é então em silêncio..mas quem precisa de falar quando há placas e placonas que sabem o caminho? Ainda assim algo ficou mal esclarecido numa das placas e à chegada fica a imagem de terror daqueles que pensaram estar perdidos!!
E quase sem dar por nada o quarto dia vai alto. Impõe a praia como destino e o bronze como meta mas no final destaca-se a amena cavaqueira, rotineira e certeira que mira em cada melro que nos apressa a aparecer à frente, que é como quem diz, má língua a tarde toda! A noite cai serena já que o jantar é por conta da casa. Há alegria mas também já se pensa na partida e brindam-se os últimos copos com medo de faltar tempo. Mas não me falha agora a memória e dessa noite fica o melhor e maior espectáculo. Rendemo-nos ao violino, ao saxofone, ás cantoras, ao som e ás luzes. Vivemos de Vilamoura aquilo que de melhor tem e sabe fazer: divertir! Acabamos a noite esfomeados mas felizes.
Assim chega o dia do regresso que passa em alguns piscares de olhos e enche-nos de saudade.
Àqueles que partilharam comigo estes dias tenho a agradecer a amizade e a alegria que tenho a certeza que nos uniram ainda mais e tornaram inesquecíveis todos os momentos que passamos juntos.
Guardo cada segundo na minha memória e revivo já cada dia à espera de mais como estes.
Até para o ano..
1 comentário:
Pah, realmente é mesmo isso, ainda "agora cheguei" e já estou a morrer de saudades do nosso convívio...Custou muito, voltar...
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